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sexta-feira, 1 de março de 2019

"Esperança" - Um poema de Miguel Torga


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Compreendo perfeitamente em toda a pujança literária deste poema do ilustre Poeta de S. Martinho de Anta, porque pertenço a uma certa classe de portugueses que nutrem por Miguel Torga uma admiração sem fronteiras religiosas, porquanto este alto espírito levou a sua vida sem  entender em toda a plenitude o lado cognocível de Deus, pelo que quando ele afirmou que gostava de beber daquele "cálice profano", que foi assim que ele o viu plasmado no seu sentimento humano ao dizer que o via cheio "de um vinho herético e sagrado", o que esta expressão nos diz é a sua confissão sincera de se sentir viver nesta dualidade de recusa e procura da divindade, mas tendo a noção que no seu "cálice profano" havia um vinho sagrado igual àquele com que Jesus brindou na Última Ceia - comparando-o ao seu sangue humano ante os seus Amigos - para depois se entregou aos algozes que o penduram na Cruz.

Deus, creio sinceramente, recebeu Miguel Torga no seu amplo Amor que tem por todos aqueles que na sinceridade das sua vidas inquietas por não sentirem a Sua presença nos pequenos nadas, ainda assim viveram  e O sentiram nas dúvidas e nas certezas que de vez em quando afloram por entre o "herético e sagrado" e é, por isso, que eu nutro pelo ilustre Poeta uma admiração sem limites.

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