O lodaçal em que se transformou - numa parte significativa a vida pública portuguesa - mercê da falta de respeito pelas nobres funções que deviam presidir em honra da Democracia conquistada, merece uma acerba censura de quem, como eu, sonhou com novas madrugadas com o advento da revolução de 75, ao ver a degradação e a baixa moral em que Portugal se transformou, esquecido como anda dos ancestrais moldes em que se fundam as suas raízes.
Lamento dizer isto, mas faço-o em primeiro lugar para me ouvir a mim mesmo perdido que sinto o sonho das novas madrugadas anunciadas e, depois, para todos os meus compatriotas - os que me lerem ou não - para lhes dizer que não podemos, apesar do desencanto que sinto de deixar de acreditar na regeneração que, pelos meus anos, posso já não viver, mas que virá, um dia, para que o lodaçal dê lugar a um local mais aprazível e saudável.
Basta, para tanto, que os encarapuçados que enxameiam a vida pública, por eles mesmos tirem a carapuça ou sejam obrigados a tirá-la à força, na certeza que tenho que a regeneração se vai impor, traçando novas vias - mas vias direitas - porque, por demais as temos entortado, vivendo em becos escuros, quando ao lado passa a via direita da vida que o lamaçal não tem deixado alcançar.
Sem comentários:
Enviar um comentário