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domingo, 14 de abril de 2013


SEM RESPEITO E COM TODA A FRONTALIDADE
Noticiou no dia 9 de Abril, o DE, de acordo com a notícia publicada na NET que no uso da palavra na Fundação que criou e tem o seu nome, o Dr. Mário Soares disse que a coligação "está moribunda", e que o PS  foi maltratado, humilhado e esquecido por este Governo sempre, até ao dia que precisaram dele e queriam agora que ele [PS] continuasse. O PS é um grande partido português. Tem de ser respeitado. Portanto, é impossível que o PS, agora que o Governo está no fim, moribundo e só faz as asneiras, é muito difícil...",
"Não há consenso nenhum. A situação do país o que exige é que não se pense mais nas 'troikas' e que não se queira aumentar uma coisa que não pode ser paga por nós jamais", continuou, referindo-se ao Programa de Assistência Económico Financeira acordado entre Portugal Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.
Ainda sobre o Governo liderado por Passos Coelho e a previsível remodelação ministerial, Soares disse que "os ministros deviam ter a dignidade de se demitir".
"O Tribunal Constitucional falou como devia, agiu muitíssimo bem e deve ser respeitado. Quando não se respeita o Tribunal Constitucional quer dizer que não se respeita nada a Constituição e a Justiça", acrescentou, sobre o "chumbo" de vários artigos do Orçamento do Estado 2013 por parte daquele órgão de soberania português.
Eu, velho cidadão deste País, tenho a dizer que, a Lei Constitucional está a precisar de "ar fresco" por não se adequar a um tempo em que não temos moeda própria e, portanto, ser necessário adequar a Lei ao momento que vivemos e não este a uma Lei que não respeita os condicionalismos de uma sociedade em mudança, como a nossa.
É aqui que bate o ponto. A Constituição não pode ser uma bíblia, mas um texto que a ele mesmo se regenera, quando for preciso.
Sobre cenários políticos, o fundador do PS escusou-se a comentar a possibilidade de o Presidente da República, Cavaco Silva, tomar iniciativas, promovendo outro elenco governativo ou mesmo eleições legislativas antecipadas.
Sem respeito - porque o perdi -  e com toda a frontalidade tenho de comentar que não aplaudo de forma alguma estas palavras de um homem importante em não ter deixado que se instalasse em Portugal uma ditadura comunista, mas que agora, deveria ser mais comedido por ser quem é, a que acresce o facto de ser um Conselheiro de Estado, órgão onde devia expender os seus pensamentos e não vir, com as palavras que disse incendiar a sociedade que vive o tormento de uma crise, onde o seu Partido tem uma grande responsabilidade e, ele mesmo, que cantou hossanas à nossa entrada no euro.
Não posso admitir e que não se queira aumentar uma coisa que não pode ser paga por nós jamais.
Então, quem pagará por nós
Lembra-se que a bancarrota de 1892 - onde havia um dívida pública de 90% - e com os juros da dívida a "comer" quase metade das receitas, Portugal teve de declarar falência, tendo tido nos 10 anos subsequentes sérias negociações com os credores, só tendo renegociado em 1902 o empréstimo que levou um século a pagar.
Mas Portugal - ou seja o colectivo "nós" - honramos a palavra..
E, agora? A coisa não pode ser paga por nós, como adverte o Dr. Mário Soares.
Tem de o ser.
O seu Partido - e não só - meteram Portugal no fundo.
E, agora, não há volta a dar. É, por isso, que me espanta que um homem com a sua estatura política venha incendiar a fogueira.


FAZ-TE GUARDIÃO DE TI MESMO

A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português (…) de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português.
in, Preâmbulo da Constituição da República Portuguesa

É assim que está escrito.
Um punhado de homens tomou sobre si a incumbência de pensar por todos os portugueses em Abril de 1974, como se, cada um, de per si se assumisse com acéfalo.
E o povo aceitou. Na euforia que se viveu nem deu por isso; só que agora quando se fala em rever este ponto da Constituição, cai o Carmo e a Trindade...
Apesar de tudo, povo, meu querido povo - pese embora a hora que passa em que pela terceira vez desde a libertação os “libertadores” levaram o País à falência - não chores, canta.
Apela para as derradeiras forças da tua moral e não deixes morrer a chama da Esperança!
Mas não creias nestes “libertadores”
Faz-te guardião de ti mesmo e continua a batalhar por uma liberdade que, realmente, não te deram. Continua, pois, a pedir a liberdade total e inalienável que pede igual retribuição de deveres e responsabilidades.
Tu sabes - e só tu é que o sabes - que ser livre, é de igual modo ser-se adulto e consciente pelos actos praticados, mesmo os mais insignificantes e nunca se é livre se o sentido da responsabilidade encobre negócios escuros ou serve para pôr na arena política o jogo do compadrio, porque se faz um jogo de compra e venda - no pior sentido - e não o jogo da verdadeira partilha humana onde a compra e a venda respeitam os princípios da genuína liberdade da pessoa, pelo uso que deve ser feito desse nobre atributo que torna qualquer homem um ser em primeiro lugar responsável para consigo mesmo, seguindo-se o pensamento de Claude Avelin.
Por isso, meu querido povo, assume para ti esta verdade: ainda não és livre, porque os que dizem que te libertaram não souberam conduzir-te para a nobre soberania democrática dos valores humanos, que começam pelo respeito que cada um deve a si mesmo, seja nas palavras ou nos actos que não podem fugir às palavras que os sustentam.
Eis, porque, é um engano que recebes dos que continuam a fazer-te acreditar em sistemas, cujas teorias - até podem ser virtuosas - mas não tiveram  e não têm tido servidores, como tu merecias.
Por isso não és livre, porque as escolhas que tens feito são um arremedo de liberdade - não por culpa tua - mas porque te "obrigam" a votar naqueles que te impõem e não naqueles que tu conheces de perto, no teu Concelho, na tua Freguesia ou no teu Bairro.
E, por isso, não és livre, verdadeiramente, porque continuas a pagar com o suor do teu rosto o salários dos que  não conheces  - mas confirmas com o teu voto - e, até, daqueles que por caminhos que nem sonhas, pouco ou nada produzem.
A tua liberdade é, pois, uma mentira.
É um canto de sereia que um dia te cantaram numa madrugada de Abril, em que, não tardou que  escrevessem - sem te pedir licença - que tu, no colectivo que és, tinhas um destino traçado: um caminho para uma sociedade socialista, e sem qualquer  pudor, porque se julgaram donos da tua vontade, acrescentaram logo a seguir: no respeito da vontade do povo português, sem que tivesses sido ouvido porque caminho querias seguir, ou doutro modo: a um Portugal corporativo impuseram para Portugal uma sociedade socialista, com o mesmo à vontade que outros usaram falando em nome do povo
Fizeram de ti - antes e depois - um pau mandado.
E assim continua, hoje, este pedaço de prosa iníqua naquela Lei Fundamental- que neste ponto, como noutros - é uma bíblia que não pode ser mudada, porque para uns tantos iluminados, aquele livro escrito de cabeça quente - e até se compreende, se pensarmos no momento que se viveu  - vale o mesmo que a Bíblia Sagrada para o catolicismo centrado na Igreja de Roma.
Mas, peço-te, faz das fraquezas força. Não chores, canta.
Canta a “Grândola Vila Morena” mas a autêntica ou, outra, mas que tenha o mesmo sentido.
Não aquele que os nóveis “grandoleiros” passaram a entoar ao confundir um grito de liberdade - que o foi na voz genuína de Zeca Afonso - numa histeria sem nexo que até perde o sentido, porque uma canção de liberdade , como aquela foi, nunca se pode deturpar com os gritos e asneiras dos que pedem liberdade para fazerem, apenas, o que querem.
Canta, sim, querido povo uma nova canção
Faz-te guardião de ti mesmo e canta assim aos quatro ventos!

sábado, 13 de abril de 2013


O NOVO ASTÉRIX


Chama-se António José Seguro.
Mas tão in(seguro) que não se atreve a dirigir que metas vai gerir, se for Governo, para tirar Portugal da crise e, muito menos como é capaz de vergar os credores europeus às suas pueris farroncas, como se o devedor não estivesse subalternizado ao devedor.
Um facto que é assim desde os tempos mais remotos.
É claro que há uma saída, como advogam alguns socialistas - e não só - de que é paladino o Dr. Mário Soares que nos meteu nesta embrulhada e, agora, diz: não pagamos, o que não se atreveu a dizer quando era Primeiro-Ministro e teve de dar contas ao FMI.
Sua Ex.a esqueceu-se. Portugal, não, porque tem memória.
O novo Asterix, por enquanto, tem dito o contrário o que só lhe fica bem, não indo na corrente do pai do seu Partido, mas devia minorar a valentia das palavras que diz, se olhar o exemplo do seu camarada Hollande que foi bajular num tempo recente e, agora, se vê a braços com problemas que dizia iria resolver.
Todos dizem o mesmo. Passos Coelho também o disse, mas depressa entendeu que não podia com o peso dos credores que outros arranjaram, tendo-lhe deitado o prato quente nas mãos.
Não teve sabedoria para amarrar o PS - que negociou para bem e para mal - o resgate, mas tem tido a humildade de não se armar, como António José Seguro - em salvador da Pátria -  como se, por uma arte mágica, a Europa dos credores recuasse perante aquele que pensa que têm a força necessária para os fazer dobrar às suas diatribes.
Contenção de palavras e gestos de unidade, embora na discordância democrática, é do que precisamo
E menos de jogadas. O PS vai ser Governo, mas agora deixem governar quem tem legitimidade, ou deixaram de acreditar que  o povo é soberano e na sua inteligência colectiva, é um sábio?
Portugal tem de se erguer e precisa de todos.
De todos aqueles que são na roda do povo, os que mais confiança lhe merecem num tempo que não tarda aí.